Transamérica se despede e dá lugar à TMC


Às 7h da manhã deste 13 de outubro de 2025, o rádio brasileiro passou por um dos momentos mais simbólicos das últimas décadas. A Rede Transamérica, prestes a completar meio século de história, tocava sua última música: “Never Gonna Give You Up”, com Rick Astley, um dos maiores sucessos da década de 1980.

Pontualmente, o hit foi interrompido para dar lugar a uma narração gravada, anunciando a transformação da Transamérica na Rede TMC, emissora dedicada exclusivamente ao jornalismo e à cobertura esportiva.

A mudança foi uma iniciativa do novo proprietário da Transamérica, o grupo GC2. O nome TMC remete foneticamente à antiga marca Transamérica, mas oficialmente é sigla de Tradição, Movimento e Conexão, conceito que sintetiza o ideal editorial e a proposta da nova emissora.

Nos últimos dias, a Rede Transamérica não fez anúncios na programação, apenas uma contagem regressiva publicada nas redes sociais. Assim, muitos ouvintes devem ter sido surpreendidos com as despedidas emocionadas feitas pelos locutores no domingo, último dia de transmissão da marca.

Durante a tarde, a locutora Dani Mel se emocionou na despedida e bradou: "Long live rock 'n' roll". Pouco antes da meia-noite, o locutor Anderson Soncini ficou incumbido de fazer a última locução da Transamérica, já que, na sequência, entraria no ar o programa “Clube da Insônia”, que não contava com apresentação ao vivo, apenas playlists musicais. Em sua fala final, Soncini agradeceu emocionado aos ouvintes e relembrou profissionais que fizeram parte da trajetória da emissora.

Na manhã seguinte, às 7h em ponto, a Rede TMC entrou oficialmente no ar com um texto inaugural com cerca de três minutos, seguido pelo primeiro programa da nova fase: o TMC 360, apresentado por Joana Treptow, Daniela Lima, Rodrigo Alvarez e outros nomes de destaque do jornalismo brasileiro.

Por ora, a programação da Transamérica foi encerrada apenas em suas seis operações próprias — São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Brasília e Curitiba. As afiliadas da antiga rede seguem, por enquanto, retransmitindo um sinal transitório da Transamérica, que permanecerá no ar por 60 dias, servindo como suporte até que as emissoras optem — ou não — a retransmitir a nova rede de notícias.

Assim se encerra um ciclo iniciado em 1976, que transformou a Transamérica em uma das mais influentes rádios do país, chegando até ter emissoras no Japão, em 2005. E nasce, no mesmo espaço, uma nova proposta para o rádio brasileiro: a Rede TMC, que busca unir tradição e modernidade em uma era de jornalismo multiplataforma.

Para os fãs da antiga emissora, o adeus foi especialmente marcante. Por volta das 6h40, o tradicional sinal sonoro que há decadas antecedia a informação da hora certa foi ouvido pela última vez — entretanto, sem ser completado pela voz de um locutor, que anunciaria: “Transamérica, seis e quarenta”. O sinal sonoro foi seguido por segundos de silêncio, um indício sutil de que algo estava prestes a mudar.

Texto Inaugural foca na importância e na transformação da marca Transamérica

"A partir de hoje, o futuro começa. É com esse entendimento — de que a gente tem a oportunidade de começar o futuro todos os dias — é que nós, da sua Transamérica, iniciamos hoje uma jornada de revolução, de evolução, de transformação."

"A partir de hoje, e a cada dia, vamos começar a construir um  futuro que vai fazer da Transamérica uma marca de conteúdo melhor para você. Seja no rádio, na internet, no celular, na TV conectada, seja onde você quiser...".

"A Transamérica vai começar a ser, dia após dia, a nova TMC, uma nova marca nascida dentro da própria Transamérica, que tem o 'T', o 'M' e o  'C'. Só que agora o 'T' é a união da tradição e da transformação; o 'M' é a mudança que vai nos fazer sempre melhores; e o 'C' é de cuidado, carinho, compromisso que sempre teremos com você."

"Transamérica agora é TMC."

Acompanhe os principais trechos da despedida da Transamérica e da chegda da TMC:



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