Super Rádio AM 1150 encerra transmissões no próximo dia 15
Em um intervalo de 37 dias, será a terceira emissora AM a sair do ar em São Paulo
São Paulo, SP — A tradicional Super Rádio AM 1150 kHz encerrará oficialmente suas transmissões em Ondas Médias no próximo dia 15 de setembro de 2025, marcando o fim de uma das mais potentes e emblemáticas frequências do dial paulistano. A emissora seguirá no ar pelas faixas FM 80,7 mHz (faixa estendida) e FM 102,1 mHz, esta última que vem retransmitindo a programação da Super Rádio desde o dia 8 de agosto.
A emissora já está veiculando chamadas em sua programação, informando os ouvintes sobre o desligamento do AM e convidando-os a migrar para o FM. O horário do desligamento do transmissor não foi divulgado.
Este será o terceiro desligamento de uma rádio AM na capital paulista em apenas 37 dias. No dia 8 de setembro, a AM 1260 kHz (Super Rede Boa Vontade de Rádio) saiu do ar definitivamente, seguida pela AM 780 kHz (Rádio Canção Nova), que encerrou as transmissões no último dia 5 de outubro.
Esse "apagão do AM" faz parte do processo nacional de migração para o FM, conduzido pelo Ministério das Comunicações desde 2014, colocado na prática em 2021. A medida busca melhorar a qualidade técnica das transmissões de rádio e acompanha a mudança nos hábitos de consumo de mídia sonora, cada vez mais voltados ao ambiente digital e às faixas de FM.
Raízes em São Caetano do Sul
A história da Super Rádio remonta à antiga ZYR-41 Rádio Cacique de São Caetano do Sul, inaugurada em 28 de julho de 1958. A cerimônia contou com a presença do deputado Ulysses Guimarães e do cantor Cauby Peixoto. Conhecida como a "Rádio do Índio", a Cacique teve papel fundamental no desenvolvimento da música popular na região do ABC.
Em 1981, foi adquirida pelo empresário Paulo Masci de Abreu, que transferiu os estúdios para a Av. Paulista, na capital, e os transmissores para o Parque do Trote, Vila Guilherme, também em São Paulo.
Com isso, a rádio passou a se chamar Difusora do Brasil e, a partir de 1985, Super Rádio Tupi AM, mesmo nome da rádio dos Diários Associados (fechada pelo governo no ano anterior). Posteriormente, a Super Rádio Tupi mudou-se para os 1330 kHz e nos 1150 passaram outros projetos radiofônicos — alguns do próprio grupo de comunicação e outros por meio de arrendamentos. Entre eles, Rádio Deus é Amor, Super Rede Boa Vontade de Rádio, Rádio News, Rádio Scalla, Tupi FM (no AM), Cristã AM e Melodia AM.
Em 2013, já de volta aos 1150 kHz, a Super Rádio Tupi, após uma disputa judicial com os Diários Associados, detentores da marca "Tupi", foi obrigada a abandonar o nome e passou a se chamar definitivamente Super Rádio.
Desde então, vem construindo uma base fiel de ouvintes e, atualmente, conta com um elenco de experientes comunicadores, como Roni Magrini, Ricardo Leite, Ricardo Liel, Milton Bardelli, entre outros. Também há espaço para religiosidade, com o padre Marcelo Rossi.
Com o fim da operação em AM, a frequência 1150 kHz será devolvida ao Ministério das Comunicações, encerrando uma era no rádio paulista.
Mais do que o desligamento de uma frequência, o fim da AM 1150 simboliza o encerramento de um ciclo histórico, que atravessou gerações, estilos e mudanças tecnológicas — deixando uma marca definitiva na história do rádio em São Paulo.
Os transmissores da Super Rádio AM 1150 estão localizados no bairro da Vila Guilherme, ao lado do Parque do Trote, na Zona Norte de São Paulo/SP, na Avenida Nadir Dias de Figueiredo.
ResponderExcluirHá alguns anos, a potência da rádio era tão elevada que causava interferências nos telefones fixos dos moradores que viviam próximos às antenas da emissora.
Resta saber se a ampla área ocupada pela emissora será incorporada ao Parque do Trote ou se acabará sendo destinada à especulação imobiliária.
Provavelmente. O antigo local de transmissão da AM 660 kHz, estação desativada da Rede Mundial, na Avenida River, em Guarulhos, agora é ocupado por um posto de gasolina.
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